O PAPEL SOCIAL DO INTELECTUAL NO FILME SOBRE A FILÓSOFA HANNAH ARENDT

24-07-2013 15:58

Como toda obra de arte - mesmo que haja espaço para discussão sobre a padronização das obras artísticas e sua mercantilização nos dias atuais -, um filme nos possibilita inúmeras interpretações e ilações, mesmo mantendo um fio condutor central, uma espinha dorsal de análise. Assim, o filme abaixo que trata de um período conturbado e importantíssimo da vida da filósofa Hannah Arendt e do século XX, me possibilitou algumas interpretações. Primeiro ponto é o rigor com que a filósofa trata o pensar e a sua própria função como pensadora, tentando ter a todo custo um pensamento o mais independente possível (não neutro!), fugindo da superficialidade do senso comum e dos preconceitos étnicos. Estes difíceis de evitar, levando-a a ser por diversas vezes acusadas de ir "contra o seu próprio povo", no caso o judeu. Segundo ponto, diz respeito ao papel do intelectual, do professor hoje. Hannah Arendt nos dá o exemplo da "professora intelectual", referência intelectual na sua área de conhecimento/disciplina. E isso, para mim, é a grande mensagem do filme, pois na educação básica hoje - por diversos fatores estruturais fora do alcance desse pequeno texto - perdeu-se esse aspecto do "professor intelectual" como referência, expondo um problema da formação de professores no Brasil. Não estou aqui para fazer crítica a ninguém porque sei, com experiência de "chão de fábrica" das escolas públicas, que muitos professores lutam como "herois da resistência" num sistema já falido e que demorará gerações para sentir as mudanças que venham a ser tomadas a partir de agora.
Quem assistiu o filme entende o meu raciocínio. Para aqueles que ainda não assistiram eu recomendo. Vale a pena!

 

Referência

Filme: Hannah Arendt

Direção: Margarethe Von Trotta

Gênero: Drama/Filme biográfico

Duração: 114 minutos

País: França/Alemanha

Ano: 2012

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