PROVOCAÇÕES ACERCA DA PROFISSÃO DE PROFESSOR

14-10-2015 14:58

Comumente, no dia quinze de outubro, a sociedade brasileira tem por hábito lembrar-se dos professores, reconhecendo a sua importância para a mesma. Mensagens em redes sociais, palavras carinhosas e elogios são dispensados a esses profissionais que, durante o ano, essa mesma sociedade vilipendia. Boa intenção e sinceridade até há em muitas lembranças de pessoas diante de um(a) professor(a), ou de um grupo de professores marcantes em suas vidas; no entanto, o que é visto ao longo do ano pelo grosso da sociedade é justamente o contrário. Em muitos casos, pais e/ou responsáveis tratam os profissionais que dispendem atenção para com seus filhos(as) - incluo todos os funcionários que fazem a edducação escolar ocorrer - com descaso e/ou abandono, ao delegar à esses profissionais a tarefa hercúlea de educar os seus entes queridos, esquecendo-se que ela, a formação humana e social dos indivíduos, é uma tarefa social, de todos nós, cada um na sua particularidade e na responsabilidade que isso enseja.
Todavia, o reconhecimento social da profissão docente é algo exterior, complementar ao reconhecimento interior, intrínseco ao “ser social professor”. Ambas as dimensões são interdependentes e contínuas, ou seja, as atividades individual e social do professor não se separam, pelo contrário, se conectam.
Antes de qualquer coisa, faz-se necessário ressaltar alguns pontos. A profissão de professor não é neutra. É política. É ideológica. A sua visão ideológica/cultural de mundo, juntamente com a sua postura diante da vida é parte constituinte e constitutiva do “ser professor”. O contrário é distorção ideológica da atividade docente, da qual, muitas vezes, os próprios professores são vítimas, achando que são "técnicos" no seu fazer pedagógico; algo reforçado cotidianamente através das estatísticas e índices escolares. Essa tarefa ideológica da educação e dos profissionais que lá estão, porém, é algo de extrema responsabilidade, fazendo dela, juntamente com o trabalho humano, as atividades fundantes de uma sociedade, essenciais na construção e continuidade da própria humanidade, ou, em outras palavras, educação e trabalho são tarefas civilizatórias, humanizadoras do ser humano.
Todo e qualquer reconhecimento exterior da sociedade, professor(a), parte, antes de mais nada, do seu próprio reconhecimento e sentido como sujeito social e histórico que, por uma questão de escolha de vida, está cotidianamente à frente de um processo ideológico de suma importância para a humanidade, pois, a educação é um processo dialógico de interação social, não cabendo nela estereótipos idealizadores e excludentes, sejam eles quais forem - reafirmando valores de mundo ou subvertendo-os


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