FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL E A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
27-01-2016 18:56Na semana passada, em Davos nos Alpes suíços, a elite econômica e política mundial (quem dá as cartas no jogo da economia capitalista) se reuniu para o fórum econômico mundial, que, desde os anos 1970, tem encontros anuais com os principais líderes mundiais para discutir a situação da economia mundial e os rumos da mesma. Como de costume um tema é escolhido para unificar e estimular os debates. O escolhido desse ano foi o que se convencionou denominar de a “quarta revolução industrial” ou a “indústria 4.0”, que está em curso no mundo todo desde o final do século XX, aprofundando-se no início do século XXI. Ainda trata-se de um fenômeno social e econômico recente, mas algumas características podem ser ressaltadas, tais como: alta tecnologia aplicada na produção e mercadorias cada vez mais tecnológicas e “inteligentes”. Não é novidade, alguns pesquisadores afirmam que é um aperfeiçoamento daquilo que vem sendo desenvolvido desde a chamada “terceira revolução industrial” com a indústria robótica toyotista.
As consequências dessa revolução que estamos vivendo atualmente são dramáticas para a humanidade, com proporções desastrosas para o já bastante combalido tecido social contemporâneo. Uma delas o próprio fórum econômico mundial alerta, como sendo a extinção (Isso mesmo!!) de, segundo os cálculos, aproximadamente cinco milhões de empregos no mundo até 2020, sendo os trabalhadores substituídos por robôs/máquinas. Este fato em si é responsável por colocar o mundo em colapso – um dos objetivos da reunião era para jogar nas costas dos países a atenuação, a contenção do aumento do desemprego e, consequentemente, da pobreza e dos outros fatores que surgem quando as pessoas não dispõem de recursos para manutenção cotidiana mínima de suas sobrevivências (a violência é um deles). Outra consequência direta é o crescente abismo entre os muito ricos e os muito pobres. Estima-se que 1% da população mundial detém 50% da renda. Não há como diminuir os conflitos mundiais, principalmente a questão dos refugiados no continente europeu sem ter essa noção clara; aliás, uma está ligada com a outra.
O cenário atual do sistema capitalista não é novo, pelo contrário, é uma lógica intrínseca do sistema revolucionar constantemente os meios de produção e, consequentemente, concentrar a riqueza, produzida socialmente pelos trabalhadores, nas mãos de poucas pessoas, os donos dos meios de produção. Essa necessidade vital da economia capitalista foi bem conceituada pelo filósofo alemão Karl Marx, no século XIX, permanecendo atual até os dias de hoje.
Portanto, estamos diante de um problema social complexo que demanda uma solução complexa, para além dos limites da sociedade capitalista. Infelizmente, esse horizonte não está diante dos olhos da maioria dos movimentos sociais à esquerda, alguns não tendo a noção da complexidade do fenômeno aqui descrito.
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