OLIMPÍADAS RIO 2016 – O ESPORTE E O ATUAL CENÁRIO DA POLÍTICA BRASILEIRA

08-08-2016 15:33

A linha que demarca o espaço do esporte e o da política é muito tênue, em alguns momentos se separam, em outros se acentuam. A história do século XX é rica em momentos, no quais governantes, sejam de quaisquer tendências ideopartidárias, utilizaram-se dos grandes eventos mundiais esportivos (Copa do mundo e olimpíadas) como ferramentas na defesa da nacionalidade, na ênfase da soberania econômica, política e militar; a Guerra Fria (EUAxURSS), a Alemanha nazista, a Itália fascista e a União Soviética stalinista são exemplos disso. Portanto, não podemos nos convencer com o senso comum de achar que não há relação entre esporte e política.

Estamos presenciando as olimpíadas do Brasil, no Rio de Janeiro, a primeira realizada na América latina. Pois bem, como os leitores sabem o país não enfrenta um momento de bonança econômica, pelo contrário, recessão da economia, desemprego em alta e um Golpe jurídico-político disfarçado de impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff; sem contar uma “mega” investigação seletiva da justiça brasileira dos contratos de autoridades políticas e grandes empreiteiras, a lava-jato. O que isso tem a ver com as atuais olímpiadas?

Quando do anúncio, em 2009, da capital carioca como sede dos jogos olímpicos de 2016, o Brasil vivia uma fase de ascensão política e econômica, a identidade brasileira não era mais só propaganda para estrangeiro ver em épocas de carnaval ou em folders turísticos, mas sim defendida e elevada diariamente pela população mais pobre. Porém, como tudo na esfera política, a falta de planejamento e as obras aos trancos e barrancos fizeram com que chegássemos às vésperas do início dos jogos e boa parte delas inacabadas, como no caso dos problemas relatados pelas delegações das instalações da Vila olímpica. Tiveram SETE anos, para isso?!?! Momento de pausa e reflexão...

Depois de explicitado em linhas gerais o contexto acima, e reforçando da estreita ligação entre esporte e política, gostaria de lembrar que os atletas não são máquinas humanas, pelo contrário, são seres de carne e osso, com suas emoções e frustrações; sendo assim, nós como expectadores e torcedores não podemos descarregar o atual (des)ânimo com a situação brasileira nas costas do atletas, desprestigiando o evento. Eles estão fazendo o melhor que podem e não são responsáveis pelas “lambanças” da equipe organizadora. Cada um na sua profissão. Cada um com a sua responsabilidade.

Fica a reflexão...

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