REFLEXÕES SOBRE O ROMANCE MADAME BOVARY DE GUSTAVE FLAUBERT QUE ME TOMOU SEIS MESES DE IDAS E VINDAS NA LEITURA

05-01-2013 21:20

Acabei de ler o livro e assistir o filme "Madame Bovary". Realmente é um romance do seu tempo. Um tempo de transição entre uma época feudal em ruínas, na qual a vida no campo e no interior predominava (o subtítulo do livro é "costumes de província") para uma época capitalista em ascen...são e consolidação como sistema social, na qual a industrialização e a vida urbana torna-se dominante (o destino de Berthe, filha de Emma e Charles Bovary, após a morte dos dois, é viver com uma tia por parte da família da mãe que, sendo pobre, a "condenou" ao trabalho infantil nas fábricas de tecelagem existentes até então. Aliás, destino de inúmeros indivíduos que viviam no interior dos países centrais da primeira fase de desenvolvimento capitalista: Inglaterra e França. O segundo servindo de base para o romance).
Como toda transformação social de grande proporção como foi a Revolução Industrial, ocorre, umbilicalmente, transformações culturais e, no que tange à questão aqui tratada, transformações nos hábitos e nos costumes da população que começam a abrir possibilidades de conhecimento e ampliação de visão de mundo das famílias médias camponesas (faz-se lembrar que Charles Bovary não era um médico renomado, mas sim um oficial de saúde que ASPIRAVA prestígio. Aliás, esse era o desejo principal de Emma que, ao mesmo tempo que via em Charles a "acomodação" diantes das coisase da sua situação social o repudiava justamente sobre isso alimentando, assim, desejos de aspirações sociais como os diálogos amorosos dela com Rodolphe e Léon e nas promissórias assinadas com o Sr. Lheurex.
Outras sacada genial de Gustave Flaubert, além de mostrar como os costumes e os hábitos de província vão se rendendo à hábitos e costumes cosmopolitas da vida moderna burguesa, é colocar a mulher como uma heroína trágica, mostrando, o que será predominante nos romances dessa época, a figura da mulher como destaque (explicitando-a em toda sua individualidade e dilemas existenciais que a torturava) que, até o presente momento, não era levada em consideração na sua humanidade, sendo relegada ao ostracismo do lar.

 

Referência

Livro: Madame Bovary

Autor: Gustave Flaubert

Assunto: Literatura estrangeira

Idioma: Português

Ano: 1857

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